IRENE LISBOA... DO CÉU, ATÉ NO NOME.


Graças ao mundo mágico da Literatura, temos a oportunidade de conhecer pessoas fantásticas que dá vontade, muitas vezes, de colocá-las dentro de um potinho e guardá-las para sempre na cabeceira da nossa cama, a fim de nos lembrarmos delas, sempre. É assim que me sinto em relação à escritora portuguesa Irene Lisboa.
Pense, num ser humaninho adorável!(assista ao documentário)
Foi uma mulher intensa, única, considerada uma pessoa bem à frente de seu tempo e que transbordava "humanidade".
Irene do Céu Vieira Lisboa nasceu no dia 25 de dezembro de 1892, numa vila chamada Arruda dos Vinhos, em Lisboa, capital de Portugal. Seu falecimento ocorreu no dia 25 de novembro de 1958, na mesma capital onde nascera. 


Importante escritora, pedagoga e professora portuguesa do século XX, Irene Lisboa se formou pela Escola Normal Primária de Lisboa, continuou seus estudos na Suíça (onde conheceu o grande teórico da aprendizagem Jean Piajet), na França e na Bélgica, onde se especializou em Ciências da Educação.
Infelizmente, Irene teve a infância e a adolescência carregadas de amarguras e de solidão, uma vez que sua família não soube lhe dar amor, o que refletiu bastante em suas obras.
Diante do cenário político, econômico e social de Portugal, no início do século XX, combateu fortemente os ideais da política vigente de seu país. Muito lutou pelas causas sociais, principalmente pelas que se relacionassem às mulheres e à educação. No entanto, não foi tão livre na expressão de suas ideias, visto que viveu o período da Ditadura Militar de Salazar em Portugal, no qual foi exercido um grande controle sobre a expressão pública do pensamento, impedindo-a, assim, de transmitir suas opiniões com mais clareza.


A escritora dedicou boa parte de sua vida à sua arte, desa maneira, sua obra é muito vasta.
Escreveu contos como os publicados em 1926, no seu primeiro livro "Treze Contarelos", destinado ao público infantil, teve publicadas poesias do tipo intimista nos livros "Um dia e Outro dia - Diário de uma mulher", em 1936 e "Outono havias de vir", em 1937, o diário "Solidão", em 1939, obra que é símbolo de seu estilo. Esta incrível mulher escreveu também, prosa de ficção de cunho autobiográfico como as novelas "Começa uma vida", em 1940,  e "Voltar atrás para quê?", em 1956, além de textos pedagógicos e crônicas abordando temas concretos do cotidiano, nos quais buscava valorizar as pequenas coisas do povo, criticando implicitamente os valores burgueses.


Segundo Ilda Moreira, sua amiga e com quem dividiu sua casa por muitos anos, Irene era uma pessoa com grande riqueza emocional e tinha um incrível poder de observação. Ela era cheia de curiosidade por tudo o que a rodeava, por isso, sentia a necessidade de escrever e de contar sobre tudo o que via. O aspecto humano sempre foi essencial para Irene Lisboa, e assim, gostaria que se lembrassem dela, como uma escritora - mulher - forte, corajosa, muito demasiadamente humana e sensível ao drama de seu semblante.


Por fim, vos deixo com as palavras de Jacinto do Prado Coelho ao falar sobre a obra dessa grande escritora:

"Ainda a propósito dos seus livros, diz-se que tudo o que produziu reage a uma desolada situação de uma mulher alta e livre num mundo atrasado meio pequeno-burguês, conseguindo vencer a solidão, graças a uma convivência aberta à gente simples da rua, da escada de serviço, com quem se integra no seu próprio linguajar através dos seus livros".


A seguir, dois trechos ilustrados de poemas de Irene Lisboa:



Devo deixar bem claro, que sem a super contribuição da minha querida Isabelle Gonçalves, esta postagem não teria esta riqueza de informações, desde já o "muito obrigado" em meu nome e de todos os que visitarem esta postagem.


2 comentários

  1. Ah! Fiquei muito feliz e honrada por ter participado dessa postagem. Irene se tornou uma das minhas escritoras prediletas e falar sobre ela foi muito prazeroso. Gratidão, meu querido amigo! Seu blog está cada dia mais fantástico! Parabéns!

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    1. Muito obrigado, minha querida! Com sua rica contribuição espero contar sempre!

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