IARA, A MÃE DAS ÁGUAS


Muitos confundem Iara com Iemanjá, porém, uma nada tem a ver com a outra.
Iemanjá é um orixá feminino (divindade africana) das religiões Candomblé e Umbanda e é conhecida como a rainha dos mares, já Iara é um ser originado da mitologia grega que tem metade de seu corpo coberto por escamas e a outra metade sendo humana.

Pois bem, a história que vocês irão acompanhar agora não é apenas uma lenda. É a verdadeira história de uma heroína das águas. E ela é real, basta que vocês acreditem. 

Contam os índios moradores na Amazônia, que Iara era uma excelente índia guerreira. Ela vivia para proteger a natureza e tudo o que nela existia, sejam os animais, sejam as plantas. Passeava pela floresta e achava tudo o que via muito lindo. 


Todos tinham inveja da indiazinha, pois era forte e valente, além de muito bonita. Até os homens a temiam. 

Certo dia, cansada de tanto lutar e de correr pelas matas, Iara chegou tão exausta em sua oca que logo caiu num pesado sono. 

Seus irmãos, que morriam de inveja de seus atributos a olhavam ao longe. Cochichavam, faziam chacotas, até que decidiram aproveitar aquele momento para matarem a própria irmã. Tomaram em suas mãos algumas armas e se dirigiram até ela. 

Acontece que Iara despertou de seu sono, e numa luta sofrida, matou todos os seus irmãos em sua defesa. A índia correu pelas matas, desesperada e chorando de tanta dor e tristeza. 

Seu pai, que muito lhe amava, não teve outra opção a não ser castigar a própria filha. Saiu à procura de Iara, e ao encontra-la, matou-a e jogou-a no rio Solimões. 

Passaram alguns dias e nada do corpo da indiazinha aparecer. 

Até que um dia, um pescador que estava nas proximidades deu início à sua pescaria e ia pegando todos os peixes que via pelos caminhos, desde os maiores aos menorzinhos. De repente, foi atraído por um canto lindo como nunca escutara antes em sua vida. 


Não sabia de onde vinha aquela doce melodia, então foi caminhando, caminhando, até que viu um ser em cima de uma pedra dentro do rio. Era uma criatura linda, de cabelos cacheados e que a cantarolar penteava-os. E ao fitar seus belos olhos no pescador, este ficou paralisado e começou a sentir seu corpo doer, formigar os músculos até ficar rígido como uma rocha e ser completamente transformado em pedra, afundando para o fundo do rio, lugar de onde nunca mais iria sair. 


Iara continuava guerreira, porém, das águas. Mas, dizem que ela, além das águas, ainda protege a floresta de caçadores, cortadores de lenhas e outros seres humanos que desrespeitam a natureza. 


Achamos que Iara existe. Só temos que acreditar. Quem sabe assim, depois que cada um de nós passarmos a acreditar na magia do nosso folclore, as águas de muitos rios como o Jaguaribe não retornem para nossos lençóis e nos traga boa água para plantações, banhos e pescas? 

Rio Jaguaribe
Nós acreditamos em sereia. E você?

3 comentários

  1. Eu estou começando a acreditar nisso.

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  2. Já li várias histórias mas em nenhuma menciona os pais da Iara, só falam do pajé.Mas quem foi...?

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  3. Eu acho que ela existe ela e minha mãe

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