O CLÁSSICO DE 155 ANOS: OS MISERÁVEIS


“Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis."

Assim é o prefácio desta obra prima do escritor francês Victor Hugo em seu mais famoso livro “Os Miseráveis”.


Victor Hugo nasceu em 26 de fevereiro de 1802 e faleceu em 1885, na França. É considerado o principal nome do romantismo francês. Escreveu muitos poemas e romances lembrados até hoje. Entre eles, “Os Miseráveis”, “O Corcunda de Notre Dame” e “Os trabalhadores do mar”. 


A obra de Victor Hugo supera seu tempo. Retrata com profundidade a condição humana e todos os níveis da sociedade, dos nobres aos excluídos. Suas personagens possuem vida própria, pois são capazes de denunciar a miséria, a falta de justiça e a necessidade de construir um mundo melhor.

Em “Os Miseráveis”, como um prólogo, Victor Hugo apresenta um bispo respeitável, Dom Myriel, no qual ele incorporou todas as virtudes do catolicismo primitivo.

Jean Valjean
O herói é Jean Valjean, o podador de Faverolles, condenado à prisão por roubar um simples pão. É então condenado e preso pela polícia.

Quando está terminando de cumprir a pena ele foge. Fez isso algumas vezes e infelizmente passou 19 anos preso por ter roubado apenas um pão.

Um pobre diabo maltrapilho, magro, coberto de lama e poeira, a pedir hospitalidade ao bispo, que o recebe mesmo sabendo que se tratava de Jean Valjean.

Ao amanhecer, o bispo sente falta de castiçais alguns talheres, além do homem que acolhera. Daí a polícia captura o ladrão e o leva à casa do bispo que, por sua vez, mente ao dizer que havia dado os objetos para que o hóspede os lavasse.

Jean se sente esmagado pela generosidade do bispo e jura lutar para viver honestamente, além de procurar sempre pelo bem do próximo.

Na Alemanha, o homem se torna prefeito e dono de uma fábrica de chocolates. No entanto, o inspetor Javert está sempre a sua procura em nome da justiça, ainda que ele fosse um homem rico e bem sucedido, o que fez com que ele mudasse de identidade, passando a se chamar Senhor Madeleine.

O herói conhece Fantine, uma costureira parisiense, mãe de Cosette, sua filha com uma amante, deixada aos cuidados dos Thérnardiers, porém, Cosette não tem os mesmos cuidados que os filhos da família, sofrendo inúmeros abusos.

Fantine encontra trabalho na fábrica de Madeleine, mas a supervisora descobre que ela é uma mãe solteira e a demite. Vale acrescentar que para Fantine conseguir estes “favores” ela vendeu seus cabelos e dois dentes da frente. Mais tarde, se entregou ao mundo da vida fácil.

Valjean tem conhecimento de sua situação quando Javert ia prendê-la por atacar um homem que a insultou e atirou neve em suas costas. Ela morre de uma doença que pode ser tuberculose antes que Valjean possa reuni-la com Cosette, mas antes, Jean promete que vai à procura de Cosette.

Ao chegar à casa onde a menina além de apanhar, vive sendo humilhada pelas filhas do casal Thérnardiers, Jean a leva para morar consigo, passando a criá-la como sua filha e oferecendo-lhe todo o carinho e amor de pai.

Cosette
Cosette com o tempo conheceu um rapaz com o qual se casou anos depois. Seu pai adotivo Jean, passou a morar sozinho. De tempos em tempos, era visitado pela filha e o marido. Contudo a ausência da filha durante alguns meses o fez adoecer fortemente. Sabendo disso Cosette foi visitá-lo. Porém, ao chegar lá, ele estava quase morrendo. Mas, com a presença da filha sentiu-se aliviado e morreu em seus braços.

Em seu túmulo estava apenas escrito em uma pedra sem identificação a seguinte frase: “Ele dorme. Embora a sorte lhe tenha sido adversa. Ele viveu. Morreu quando perdeu seu anjo; Partiu com a mesma simplicidade; como a chegada da noite após o dia”.

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