UM CACHORRO DOIDO: PAULO LEMINSKI


Paulo Leminski é o meu “cachorro doido” de estimação.
Há algum tempo que ele me mordeu e graças ao seu ataque furioso meu ser passou a gostar ainda mais de poesia.

Paulo Leminski Filho nasceu em Curitiba, no dia 24 de agosto de 1944. Seu pai polonês e sua mãe de descendência africana lhe conferiram a mestiçagem como herança.

Viveu intensamente cada momento e oportunidade que lhe surgia. Aos 14 anos veio morar sozinho em São Paulo, e aos 18 anos deu início á sua paixão e dedicação á poesia nas participações em alguns concursos.

Deu início nos cursos de Letras e Direito, mas não concluiu nenhum dos dois.

Paulo com Alice Ruiz
Casou-se com a também poeta Alice Ruiz, e com ela teve três filhos: Estrela, Áurea e Miguel, porém, o menino faleceu em 1979, vítima de leucemia.

Alice com Estrela e áurea
De volta à sua cidade natal trabalhou como professor e redator publicitário. Em 1980 retorna à São Paulo onde trabalho para o jornal Folha de S. Paulo e para a Revista Veja.

Vale acrescentar que no livro “O Bandido Que Sabia Latim”, do jornalista Antônio Carlos Martins Vaz, ou simplesmente Toninho Vaz, como é mais conhecido, o biógrafo afirma a existência de uma certidão de nascimento num cartório localizado no estado do Paraná do estudante de direito Luciano Costa, que em 1968 fora registrado como Paulo Leminski Neto, filho de Paulo Leminski Filho e Neiva Costa. O rapaz teve seu registro alterado tempos depois.


Seus versos marcam à primeira vista a alma de quem os lê, pois seu jeito singular de escrever seja nos trocadilhos divertidos e irônicos quando não sarcásticos, seja nas brincadeiras ao usar ditados populares provocam no leitor uma bagunça gostosa nos pensamentos.


Em sua poesia há também influências no haicai ou haikai (hai: brincadeira, piada, gracejo e kai: harmonia, feito, realização), pequeno poema de origem japonesa que chegou ao Brasil no início do século XX constituído por dezessete sílabas poéticas, distribuídas em três versos, com ou sem rima. Focaliza geralmente um aspecto da natureza ou do cotidiano e seu conteúdo também se refere a sentimentos e sensações de um eu lírico e acompanha um título.

Sua versatilidade o fez dedicar parte de seu tempo também à outra paixão, que era a música como nas canções:

“Xixi nas estrelas” – Guilherme Arantes


“Valeu” – Paulinho Boca de Cantor


“Promessas demais” - Ney Matogrosso


“Desejos manifestos” – Moraes Moreira


“Luzes” – Arnaldo Antunes


“Dor elegante” – Itamar Assumpção


“Verdura” – Caetano Veloso



Em decorrência de cirrose hepática, faleceu em 07 de junho de 1989.

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