"Há também outros fantasmas, máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados de Baetatá, que quer dizer "Coisa de Fogo", o que é o mesmo como se dissesse "O que é todo Fogo". Não se vê outra coisa senão um facho cintilante correndo para ali; Acomete rapidamente os índios e mata-os, como os Curupiras: O que seja isso ainda não se sabe com certeza."
in Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões.
A lenda do Boitatá conta que ele era uma espécie de cobra e que foi o único animal a escapar de um grande dilúvio entrando num buraco muito escuro, por isso seus olhos têm as pupilas dilatadas e brilham bastante na escuridão.
Desde o acontecido, o exótico ser vaga pelos campos e florestas à caça de restos de animais mortos para se alimentar. Em alguns lugares do Brasil, como no Sul, dizem que ele só come os olhos dos animais e que por se alimentar de tantos olhos os seus brilham cada vez mais, fazendo com que de longe ele pareça uma gigante bola de fogo a serpentear-se pela imensidão da noite.
Algumas pessoas já o viram na forma de um raio passando de um lado para o outro no meio da mata, e alguns caçadores afirmam que já foram perseguidos pela cobra de fogo. Assim como muitos que viajam à noite.
Os índios da Amazônia também o avistaram saindo do fundo dos rios como uma enguia elétrica gigante.
Dizem que ao vê-lo, a pessoa deve permanecer parada, pois ele não enxerga, fechar bem os olhos para que não os cegue com o clarão e prender a respiração, uma vez que por não enxergar o animal tem o olfato e a audição bem apurados. Só assim ele desaparece.
Porém, se a pessoa teimar em persegui-lo sua fuga é rápida em transformar o perseguidor em perseguido, daí, o Boitatá atormenta e desorienta quem o perseguia, deixando-o completamente louco antes de captura-lo e matá-lo.
Há quem diga que se trata de maus espíritos ou almas penadas e que por onde passa ateia fogo, principalmente nas copas das árvores. Já os índios da Amazônia que ele protege as matas contra incêndios, uma vez que seu fogo aparece e desaparece de uma hora para outra.
Seu nome tem variações, e uma delas é o famoso “Batatão” em algumas cidades do Estado do Ceará, sendo este, um fogaréu que surge do nada nas copas de árvores como as carnaubeiras.
Os cientistas confirmam a existência do Boitatá, no entanto, o chamam de fogo-fátuo ou fogo de santelmo, ou seja, luz cintilante provocada pelo excesso de decomposição dos fosfatos de hidrogênio dos restos de animais mortos, que transformados em gases inflamáveis emanam dos pântanos e, vista ao longe, muito se parece com grandes tochas de fogo em movimento.
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